Polícia de São Paulo investiga maus-tratos a bebês em creche

A polícia de São Paulo está investigando quem amarrou bebês com panos numa creche e por que teria feito isso. A defesa da escola infantil afirmou que as cenas foram forjadas para prejudicar as donas.

Num vídeo, de apenas quatro segundos, dá para ver duas crianças, em cadeirinhas, embaixo de uma pia. Um dos bebês está preso num pano, sem conseguir mexer os braços. Numa outra gravação, duas crianças aparecem com os braços imobilizados por panos e também presas às cadeirinhas.

Fontes que apuram o caso afirmaram aos repórteres Deslange Paiva e Kleber Tomaz, do g1, que as imagens foram gravadas numa escola de educação infantil. É uma instituição particular, na Vila Formosa, Zona Leste de São Paulo.

Vitória Costa Alexandrino é mãe de um aluno que frequenta a escola. Ela disse à TV Globo que o vídeo foi gravado na instituição e que reconhece a criança nas imagens. Ela e Leonardo Duarte contaram que o filho deles é o menino de calça escura, ao lado da criança de calça rosa. Ele tem 11 meses. Eles receberam o vídeo de uma ex-professora da escola.



“Meu filho é o que está amarrado no bebê conforto com lençol no banheiro, do lado esquerdo. Eu estou me sentindo destruída, não tenho nem palavras. Eu não paro de imaginar o meu filho amarrado dentro de um banheiro. Fico pensando por quanto tempo ele ficou ali, quantos dias isso aconteceu”, diz Vitória.

“Ver meu filho dentro de um banheiro trancado de dois metros, três metros quadrados, que seja, com outras crianças chorando, berrando, acho que é uma monstruosidade sem tamanho”, afirma Leonardo.



Uma outra mãe é Maria Gomes Martins, que também disse que reconheceu nas imagens a filha, de 11 meses. É o bebê que aparece de calça cinza na gravação.



“É o bebê que está preso no bebê conforto debaixo da pia. Para mim é muito difícil estar falando isso porque eu jamais esperei. Eu tenho certeza que aquele vídeo foi feito no dia 9 pela roupa que ela está. Aquilo foi feito no primeiro dia de aula dela”, conta Maria.



A polícia já ouviu 20 pessoas, entre elas as duas proprietárias e as professoras da escola. Segundo os investigadores, uma das donas reconheceu que as imagens foram gravadas na escola, mas negou que tenha dado a ordem para imobilizar as crianças. Na quinta-feira, dia 09 de março de 2022, os investigadores cumpriram um mandado de busca e apreensão na instituição.

No boletim de ocorrência, a investigação é de denúncia de maus-tratos no interior da escola de educação infantil. No local, os policiais apreenderam “sete lençóis, fichas cadastrais para análise e três aparelhos celulares”. O advogado da escola, André Dias, confirmou que as crianças que aparecem nas imagens frequentam a instituição, mas negou os maus-tratos.



“A escola reconhece os alunos, o ambiente, aparentemente é dentro da escola, porém as circunstâncias com que os vídeos foram gravados não condizem com a realidade da escola. Isso foi feito sem nenhum conhecimento por parte das diretoras, das demais professoras”, disse o advogado.



Segundo ele, a investigação vai revelar que a situação mostrada no vídeo foi forjada para prejudicar a escola.



“Considerando que a Justiça determinou o sigilo das investigações, algumas informações ainda não podem ser divulgadas. Por exemplo, a pessoa que efetivamente gravou esses vídeos, montou aquela cena para fazer a gravação dos vídeos. E também ainda não podemos divulgar o apoio externo que essa pessoa recebeu para fazer a confecção desses vídeos”, afirmou.



Foto: Reprodução/Jornal Nacional

Fonte: g1/Jornal Nacional



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