EUA atuaram para “parar uma guerra, não para começar uma”, diz Trump sobre morte de general iraniano.

Foto mostra veículo em chamas após ataque contra o Aeroporto Internacional de Bagdá, no Iraque — Foto: AI do Primeiro Ministro do Iraque via AP

O presidente dos Estados Unidos, Donald trump, afirmou na tarde desta sexta-feira, dia 03 de janeiro de 2020 que morte do general iraniano Qassem Soleimani foi ação necessária para conter o terror, e que a intenção do país norte-americano não é a de começar uma nova guerra no Oriente Médio.


“Agimos ontem à noite para parar uma guerra, não tomamos medidas para iniciar uma guerra.”, afirmou Trump em seu primeiro pronunciamento sobre a morte do general iraniano.

“Não procuramos mudanças de regime [no Irã]”, disse o presidente. “No entanto, a agressão do regime iraniano na região, incluindo o uso de pessoas para desestabilizar seus vizinhos, deve terminar, e deve terminar agora”, completou.


Qassem Soleimaniera considerado o segundo homem mais importante do Irã. Líder da Força Al Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária, o comandante morreu na quinta-feira, dia 02, em um bombardeio ordenado por Donald Trump, em Bagdá, no Iraque.

O Pentágono confirmou o bombardeio no mesmo dia e disse que a ordem partiu do presidente Donald Trump. Em nota, o órgão culpou Soleimani por mortes de americanos no Oriente Médio e afirmou que o objetivo foi deter planos de futuros ataques iranianos.

Durante o pronunciamento, o republicano justificou que Soleimani tem praticado atos de terror para desestabilizar o Oriente Médio nos últimos 20 anos. O que os Estados Unidos fizeram ontem deveria ter sido feito há muito tempo.


“Recentemente, Soleimani liderou a brutal repressão de manifestantes no Irã, onde mais de mil civis inocentes foram torturados e mortos por seu próprio governo”, justificou Trump a morte do general iraniano.

“O mundo é um lugar mais seguro sem esses monstros”, disse Trump, afirmando que os EUA está pronto para agir sempre que for necessário para proteger os americanos.


Veja parte do pronunciamento de Donald Trump:

Os Estados Unidos têm de longe as melhores forças armadas, em qualquer lugar do mundo. Temos a melhor inteligência do mundo. Se os americanos em qualquer lugar forem ameaçados, já temos todos esses alvos completamente identificados e estou pronto e preparado para tomar as medidas necessárias. E isso, em particular, refere-se ao Irã.

Sob minha liderança, destruímos o califado territorial do ISIS e, recentemente, as Forças de Operações Especiais americanas mataram o líder terrorista conhecido como al-Baghdadi. O mundo é um lugar mais seguro sem esses monstros.

Os Estados Unidos sempre buscarão os interesses de pessoas boas, grandes pessoas, grandes almas, enquanto buscam paz, harmonia e amizade com todas as nações do mundo.


Logo após o pronunciamento, Trump falou em um evento para religiosos e pastores e afirmou que os EUA são uma nação de paz e amor, mas que o ocorrido esta semana em Bagdá é um aviso aos terroristas: se vocês têm amor a sua vida, não ameacem a vida do povo americano.


“Estamos defendendo nossos direitos constitucionais, mas também a nossa religião”, disse o republicano, se referindo à comunidade evangélica americana.


Escalada de tensão:

A morte do general Qassem Soleimani, um dos homens mais poderosos do Irã, marca mais um capítulo da escalada de tensão entre os governos iraniano e norte-americano.

Enquanto líderes iranianos falam em “vingança”, a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá pede aos cidadãos norte-americanos que estão no Iraque que deixem o país o mais rápido possível, por via aérea ou terrestre.

Desde o fim de outubro, militares e diplomatas americanos foram alvo de ataques, e em dezembro passado, um funcionário dos EUA morreu em um bombardeio com foguetes.

A crise subiu de patamar na terça (dia 31), quando milicianos iraquianos invadiram a embaixada americana em Bagdá. Trump acusou o Irã de estar por trás da ação e prometeu retaliação. De acordo com o Pentágono, Soleimani teria aprovado os ataques à embaixada.

A invasão da embaixada foi uma resposta a um ataque americano na fronteira com a Síria que matou 25 combatentes das Forças de Mobilização Popular do Iraque no dia 29 de dezembro.

Manifestantes protestam em Teerã, no Irã, contra a morte do general Qassem Soleimani em um ataque americano em Bagdá, no Iraque — Foto: West Asia News Agency/Nazanin Tabatabaee via Reuters.

Quem era Qassem Soleimani?

Qassem Soleimani tinha 62 anos e era um alto líder das forças militares iranianas. Herói nacional, ele foi o general da Força Al Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária, um braço paramilitar de elite que responde diretamente ao aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país há 30 anos.

Soleimani era apontado como o cérebro por trás da estratégia militar e geopolítica do Irã. Muito próximo ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khameneiele, o general sobreviveu a diversas tentativas de assassinato nas últimas décadas.

Sob liderança de Soleimani, o Irã reforçou o apoio ao Hezbollah, no Líbano, e outros grupos militantes pró-iranianos. O comandante também foi responsável por expandir a presença militar iraniana na Síria, onde organizou a ofensiva do governo de Bashar al-Assad contra grupos rebeldes durante a guerra civil que assola o país.

Soleimani também armou milhares de milicianos xiitas muçulmanos que lutavam ao lado das tropas aliadas de Assad.

Fonte: G1 Mundo.

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