Quem é Adolfo Sachsida, recém-nomeado ministro de Minas e Energia

Imagem: Anderson Riedel/PR

Integrante da equipe econômica do ministro Paulo Guedes, Adolfo Sachsida deixa a chefia da assessoria especial de Assuntos Estratégicos do ministério para se tornar ministro de Minas e Energia. Ele substitui o ministro Bento Albuquerque, que foi exonerado do cargo “a pedido”, após ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Petrobras. As mudanças foram publicadas no DOU (Diário Oficial da União) da quarta-feira, dia 11 de maio de 2022.

Sachsida está com Bolsonaro desde a campanha eleitoral de 2018 e já havia passado pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia. O novo ministro é formado em Economia pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), mestre e doutor na mesma área pela UnB (Universidade de Brasília) e fez pós-doutorado na Universidade de Alabama, nos Estados Unidos. Sachsida também deu aulas de Introdução à Economia e Comércio Internacional na Universidade do Texas, segundo informações de seu perfil no LinkedIn. Além de economista, é advogado, com estudos na área de Direito Tributário, e técnico de Planejamento e Pesquisa da Carreira Pública pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Nas redes sociais, Sachsida agradeceu pela nomeação e disse que espera estar à altura do trabalho no Ministério de Minas e Energia, que classificou como “o maior desafio profissional” da carreira.



“Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro pela confiança, ao ministro [Paulo] Guedes pelo apoio e ao ministro Bento [Albuquerque] pelo trabalho em prol do país. Com muito trabalho e dedicação, espero estar à altura desse que é o maior desafio profissional de minha carreira. Com a graça de Deus, vamos ajudar o Brasil”, escreveu.



Preço dos combustíveis:

A mudança no comando do Ministério de Minas e Energia acontece após recentes críticas de Bolsonaro à política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras. Na segunda-feira (10), a empresa anunciou um reajuste de 8,87% no preço do diesel nas refinarias. O repasse ao consumidor final ainda depende dos postos. Em 4 de março, durante coletiva sobre os resultados do PIB (Produto Interno Bruto) de 2021, Adolfo Sachsida foi questionado por jornalistas sobre a chamada PEC dos Combustíveis, que previa o corte de impostos para reduzir os preços. Na ocasião, ele se limitou a dizer que “determinadas propostas geram efeitos macroeconômicos adversos, com resultados negativos”.

Sachsida ainda defendeu a adoção de “medidas estruturais” para reduzir o preço dos combustíveis. Segundo ele, ações envolvendo cortes no preço dos combustíveis ou que concedam subsídios, por exemplo, podem ter boas intenções, mas também trarão resultados ruins.



“Quando tem segurança e consolidação fiscal, tem uma série de encadeamentos positivos na economia, com queda do risco-país, inflação e taxa de juros futura. (…) Atrair investimentos internacionais valoriza o real e reduz o preço dos combustíveis. Se tomarmos medidas que trazem receio à consolidação fiscal, o real se desvaloriza e gera um aumento no preço dos combustíveis”, Adolfo Sachsida, em 4 de março.



Privatização da Eletrobrás:

Mais recentemente, em abril, Sachsida defendeu a privatização da Eletrobrás, que está sob análise do TCU (Tribunal de Contas da União). O economista disse ser “fundamental” melhorar a eficiência do setor elétrico, acrescentando que o governo Bolsonaro ainda tem uma “ampla agenda pró-mercado” para trabalhar.



“Vender a Eletrobrás é uma prioridade para o nosso governo. Temos que insistir na agenda de privatizações e concessões. Agora, além disso, existem alguns desenhos equivocados que foram feitos no passado no mercado de energia. Esse mercado precisa voltar a fazer sentido”, afirmou em entrevista à O Estado de S. Paulo.

“A economia vai crescer mais do que o mercado está esperando em 2022. Vamos dar a resposta dentro de campo como sempre”, completou.



Otimismo com PIB:

Apesar das preocupações de economistas com a guerra entre Rússia e Ucrânia e seus possíveis efeitos no crescimento global, Sachsida já demonstrou otimismo com o PIB brasileiro. Ainda em 4 de março, ele defendeu que o resultado de 2021, alta de 4,6%, após queda de 3,9% em 2020, representava uma recuperação. Além disso, pelos cálculos do Ministério da Economia, o crescimento no ano passado gera um “carregamento” positivo de 0,3% para o PIB em 2022.



“Ao longo do ano, o mercado vai reestimar consistentemente, para cima, o desempenho econômico”, disse.



Já em 2020, Sachsida foi um dos integrantes do governo que defenderam o conceito de “PIB privado”, posteriormente questionado por especialistas. Na ocasião, o Ministério da Economia havia divulgado uma nota em que dividia os resultados da economia em 2019 entre PIB privado (alta de 2,72%) e PIB público (queda de 2,25%), um recorte que não é usado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2019, o crescimento do PIB foi de 1,1%.

Por Anaís Motta – Do UOL, em São Paulo (Com Estadão Conteúdo).



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