“Eu fui abraçada pelo assassino, mataram meu filho de joelhos”, diz mãe do médico Andrade Santana

Familiares do médico no DPT | Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

Os familiares do médico psiquiatra Andrade Santana Lopes, de 32 anos, estiveram no Departamento de Polícia Técnica de Feira de Santana (DPT), na tarde da sexta-feira, dia 28 de maio de 2021, para fazer o reconhecimento do corpo. Ele foi encontrado morto, com um tiro na nuca, na manhã da sexta (28/05) no Rio Jacuípe, na localidade Xavante, em São Gonçalo dos Campos, após cinco dias desaparecido (RELEMBRE AQUI).

Um médico formado na Bolívia, amigo da vítima, foi preso no bairro Santa Mônica, em Feira de Santana, como suspeito do crime (VEJA AQUI).

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

A mãe de Dr. Andrade, Dormitília Lopes, que saiu do Acre para acompanhar as investigações sobre o desaparecimento do filho, disse ao Acorda Cidade, que estava muito triste e que foi abraçada pelo suspeito. Ela disse que ele chegou a ir com a irmã de Andrade ao local onde o carro dele foi encontrado e ficava apontando pessoas como suspeitas.


“Isso é um absurdo né? É muito triste. A gente não merece isso. Eu fui abraçada pelo assassino, ele me confortava, chorou comigo, sentiu a minha dor junto comigo. Isto é muito triste. Ninguém merece isso, eu estou arrasada com isso. Eu reconheci o corpo do meu filho pelos pés porque o resto estava deformado. Mataram meu filho de joelhos. Eu creio que meu filho teve tempo de se consertar com Deus. Meu filho tinha um projeto de ajudar os pobres, ele trabalhava na assistência social, ele era um menino de ouro. Era um menino bom, não merecia ter morrido assim. Eu estou arrasada, eu estou tendo conforto das orações do Brasil, que está sentindo a minha dor junto comigo. Meu filho foi traído, confiou no amigo. Se dizia doutor, não sei se é doutor, dava plantão e tudo, e depois fazer uma coisa dessas com um ser humano tão bom”, desabafou.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

Dormitília Lopes disse que o suspeito tentava despistar a participação dele no crime e planejava fugir para Londres.


“Ele começou a culpar os amigos dele. Olha, cuidado com fulano porque fulano não tem uma cabeça legal, e ficava jogando um contra o outro, tentando maquiar, né. Maquiar a participação dele no crime. Graças à oração do Brasil, Deus permitiu que viesse à tona. Minha filha estava perto, foi junto com ele ver onde estava o carro, ele disse que estava falando com a mãe dele sobre Londres, ele já estava querendo ir embora do Brasil. Deus não permitiu. Ele vai pagar por tudo isso. Se você é cristão tem que perdoar né, mas a pena dele, ele vai ter que pagar né”, declarou a mãe da vítima ao Acorda Cidade.


Ela disse ainda que os amigos dele farão uma homenagem e ressaltou que Deus deu forças para ela reconhecer o corpo, porque poderia se arrepender depois de não ter visto o filho pela última vez.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

“Os médicos querem fazer uma homenagem primeiro, vamos fazer esta homenagem, pois meu filho tinha muitos amigos. O corpo vai para o Acre, mas não sabemos quando vai para o Acre. Não posso te afirmar agora estou sem condições psicológicas de confirmar nada. Eu fiz questão de ver o corpo do meu filho daquele jeito porque é melhor você ter se arrependido de ter visto do que se arrepender de não ter visto. Eu não vou ter outra oportunidade, então, eu fui forte com a graça de Deus e consegui ver o corpo do meu filho. Creio que meu filho está com Deus nesta hora. A polícia disse que ele morreu de joelhos com tiro na nuca, disse que arrastaram ele, o joelho estava rasgado. Ele deve ter resistido muito, ele era um menino que não aceitava coisa errada. Creio que ele esteja com Jesus agora. Todo mundo dorme e eu não consigo dormir”, concluiu.


Andrade Santana era natural do Acre e morava em Araci/BA, onde trabalhava há mais de três anos.  Tinha um projeto social e muitos amigos.

Suspeito comprou âncora:

Em entrevista ao Acorda Cidade, o coordenador de Polícia Civil da 1ª Coorpin de Feira de Santana, delegado Roberto Leal, relatou que logo após a polícia dar início às investigações sobre o desaparecimento do médico, a polícia percebeu que as informações prestadas na delegacia pelo suspeito não estavam condizentes com as investigações preliminares.


“Inicialmente, no dia do desaparecimento e no dia seguinte, quando um colega de trabalho do médico compareceu à delegacia de polícia informando sobre o desaparecimento, as investigações foram iniciadas pela 1ª Coorpin e também pela Furtos e Roubos, e de imediato começou-se a perceber que as alegações prestadas pelo colega não estavam relacionadas corretamente com o que foi angariado durante as investigações preliminares. As investigações continuaram e no dia 27 chegou-se a uma testemunha, que acabou relatando algumas informações que apontam para a participação dessa pessoa com o crime”, informou Leal.


Segundo o delegado, também no dia 27, através das equipes de inteligência, chegou-se a um estabelecimento comercial e foi verificado que o mesmo indivíduo que é suspeito, comprou uma âncora, a mesma que foi encontrada amarrada ao corpo de Andrade, e por esse motivo foi representada a prisão temporária do suspeito.


“Até o momento não conseguimos apontar corretamente a motivação para o fato. Em relação à venda da moto aquática, está descartada, principalmente pelos depoimentos coletados de amigos e outros colegas de Andrade, de que ele não veio a Feira de Santana para negociação desse Jet Sky. Ele veio justamente resolver uma pendência junto ao exército para aquisição de uma arma de fogo”, relatou.


Foto: Aldo Matos/ Acorda Cidade
Foto: Aldo Matos/ Acorda Cidade

Amigos próximos:

Roberto Leal destacou que as informações apontam para a participação do suspeito no crime, porém os investigadores ainda vão buscar esclarecer se ele contou com ajuda de mais alguém no assassinato.


“As investigações vão continuar para descobrir se o crime foi cometido por ele ou se teve auxílio de algum outro colega ou amigo, ou se foi outra pessoa responsável. Essas investigações estão sendo realizadas e é necessário que se mantenha sigilo pra não prejudicar o inquérito policial. A prisão temporária foi por homicídio qualificado, crime hediondo. A vítima e o autor eram amigos próximos e colegas de trabalho e haviam agendado um encontro para desfrutar de um momento de lazer no Rio Jacuípe, quando iriam andar de Jet Sky. Vamos aprofundar as investigações para saber se o médico chegou ou não ao local”, disse.


Ainda conforme o delegado, o suspeito foi encaminhado ao Departamento de Polícia Técnica para exame de corpo delito. Ao retornar do DPT, ficará custodiado no Complexo de Delegacias do bairro Sobradinho e, na segunda-feira, deverá ser levado ao presídio regional de Feira de Santana.

Atualizações sobre o caso:

Celular da vítima | Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
Âncora que estava amarrada na vítima | Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

Por Andrea Trindade e Laiane Cruz – Acorda Cidade.


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